A jovem de 22 anos morta pelo ex-namorado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí (SP) havia terminado com o detento e foi visitá-lo para esclarecer um boato, segundo uma tia. A vítima, Nicolly Guimarães Sapucci, de Bragança Paulista (SP), teve traumatismo craniano e morreu no hospital.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Nicolly visitava Michael Denis Freitas, de 25 anos, no domingo (27), quando foi atacada. A ação só foi percebida pelos agentes penitenciários ao fim do período de visita, quando houve a contagem dos visitantes.
Na busca, Nicolly foi encontrada desmaiada e com ferimentos graves. O ex-companheiro já cumpre pena por roubo e foi autuado em flagrante por feminicídio.
“Ela [Nicolly] falou que estava cansada, queria arrumar emprego e viver a vida dela com o filho, de 4 anos. Como pode ver no Facebook, ela fez outro perfil assim que os dois terminaram, mais ou menos duas semanas antes [do crime]”, diz Daiane Sapucci.
Ainda segundo a parente, supostas conversas sobre traição estavam incomodando Nicolly. Foi quando ela decidiu fazer a última visita ao detento para conversar.
“No sábado, ela [Nicolly] falou para a mãe que iria na prisão porque não queria sair como errada na fofoca”, explica.
Relacionamento
A vítima e o agressor estavam juntos há dois anos. Michael está preso desde 2018 por roubo. Conforme a polícia, não havia queixa da jovem registrada contra o ex-namorado.
Nas redes sociais, Nicolly publicava declarações de amor ao ex-companheiro preso e chegou a escrever um relato sobre a rotina deles. De acordo com a SAP, ela estava cadastrada para visitas desde 23 de março de 2018 e comparecia ao CDP regularmente.
O corpo da jovem foi enterrado no cemitério municipal de Bragança, na terça-feira (29). Nicolly deixou um filho de 4 anos.
Investigação
De acordo com a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí, Renata Yumi Ono, o diretor da unidade e agentes penitenciários já prestaram esclarecimentos.
Ainda segundo a delegada, Michael afirmou no plantão que a jovem tinha ciúme de um antigo relacionamento dele. No entanto, a investigação tenta apurar as causas da agressão com o depoimentos de familiares. O agressor foi transferido para uma cela de segurança máxima da Penitenciária I de Presidente Venceslau (SP).
A DDM aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística para finalizar o inquérito. Uma situação que também é apurada pela polícia é o compartilhamento de fotos do corpo de Nicolly morta em aplicativos de mensagens.
A pena prevista para o crime de vilipêndio de cadáver, que é a exposição das imagens, é de prisão de um a três anos, além de multa.